ARTE BIZANTINA
Bizâncio era uma antiga colônia grega localizada entre a Europa e a Ásia, no estreito de Bósforo. Nesse local no ano 330, o imperador Constantino fundou a cidade de Constantinopla, que, graças à localização geográfica privilegiada, viria a ser palco de uma verdadeira síntese das culturas greco-romanas e oriental.
O termo bizantino, portanto, deriva de Bizâncio e designa a criação cultural não só de Constantinopla, mas de todo o Império Romano do Oriente.
O império Romano do Oriente ou Império Bizantino alcançou seu apogeu político e cultural no governo do Imperador Justiniano(527 a 565). Em 1453 os turcos tomaram a capital, Constantinopla, dando início a um novo período histórico: a Idade Moderna.
Uma arte que expressa riqueza e poder
O momento de esplendor da capital do Império Bizantino coincidiu historicamente com a oficialização do cristianismo. A partir daí, a arte cristã primitiva, que era popular e simples, foi substituída por uma arte cristã de caráter majestoso, que exprime poder e riqueza.
A arte bizantina tinha um objetivo: expressar a autoridade absoluta e sagrada do imperador, considerado o representante de Deus, com poderes temporais e espirituais. Para que a arte atingisse esse objetivo, uma série de convenções foi estabelecida – tal como ocorrera na arte egípcia. São elas:
1 – Frontalidade : a postura rígida da personagem representada leva o observador a uma atitude de respeito e veneração. Figuras colocadas de frente também significava respeito ao observador, que via nos soberanos e nas figuras sagradas seus senhores e protetores.
2 – Determinação do lugar de cada personagem sagrada na composição e a indicação de como deveria ser os gestos, as mãos, os pés, as dobras das roupas e os símbolos.
3 – retratava-se as personalidades oficiais e as personagens sagradas como se compartilhassem as mesmas características( personalidades oficiais sugeria tratar-se de personagens sagradas e asa personagens sagradas, por sua vez, eram representadas com características das personalidades do império).
Arquitetura
A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada, imensas cúpulas, criando-se prédios enormes e espaçosos totalmente decorados.
A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores triunfos da nova técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto. Ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos.Tal método tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido.
Os ícones Bizantinos
Os artistas bizantinos criaram ícones, uma nova forma de expressão artística na pintura.
A palavra ícone, de origem grega,significa imagem. Como trabalho artístico, os ícones são quadros que representam figuras sagradas, como Jesus Cristo, a virgem, os apóstolos, santos e mártires. Em geral são bastante luxuosas.
Para pintar os ícones, osartistas utilizavam a técnica da têmpera ou da encáustica, lançando mão de recuesos que realçavam os efeitos de luxo e riqueza. Em geral revestiam a superfície de madeira ou de placa de metal, com uma camada dourada, sobre a qual pintavam a imagem.
Para fazer as dobras das vestimentas, as rendas e os bordados, retiravam com um estilete a película de tinta da pintura. Essas áreas, assim, adquiriam a cor de ouro do fundo.
A têmpera consiste em misturar os pigmentos a uma goma orgânica (em geral, gema de ovo) para facilitar a fixação das cores à superfície do objeto pintado. O resultado é uma superfície brilhante e luminosa.
A encáustica, foi usada desde a antiguidade e consiste em diluir os pigmentos em cera aquecida e derretida no momento da aplicação. Ao contrário da têmpera, cujo efeito é brilhante, a pintura em encáustica é semifosca.
Às vezes os artistas colocavam jóias e pedras preciosas na pintura, chegando até a confeccionar coroas de ouro para as figuras de Jesus ou de Maria. Essas jóias, aliadas ao dourado nos detalhes das roupas, davam aos ícones um aspecto de grande suntuosidade.
Em geral, os ícones eram venerados nas igrejas, mas não raro eram encontrados nos oratórios familiares, uma vez que se tornaram populares entre muitos povos, mantendo-se por muito tempo como expressão artística e religiosa.
Mosaico: luxo e suntuosidade em pedras coloridas
O mosaico consiste na colocação, lado a lado, de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes sobre uma superfície de gesso ou argamassa. Essas pedrinhas coloridas são dispostas de acordo com um desenho previamente determinado. A seguir, a superfície recebe uma solução de cal, areia e óleo que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os pedacinhos de pedra.
Foi com os bizantinos que o mosaico atingiu sua mais perfeita realização. As figuras rígidas e a pompa da arte de Bizâncio fizeram do mosaico a forma de expressão artística preferida pelo império Romano do Oriente. Assim as paredes e as abóbadas das igrejas, recobertas d mosaicos de cores intensas e de materiais que refletem a luz em reflexos dourados, conferem uma suntuosidade ao interior dos templos que nenhuma época conseguiu reproduzir.
Música bizantina
A música bizantina incluiu uma rica tradição de música instrumental da corte e dança. A música bizantina é composta de textos gregos para festas, cerimônias, ou músicas da Igreja. Os historiadores gregos e estrangeiros concordam que os tons eclesiásticos e, em geral, todo o sistema de música bizantina está intimamente relacionada com o antigo sistema grego. Continua a ser o mais antigo gênero de música existente, do qual a forma de atuação e (com o aumento da precisão a partir do século V) os nomes dos compositores, e às vezes as indicações das circunstâncias de cada obra musical, são conhecidos.
O desenvolvimento em larga escala de formas hinográficas iniciou-se no século V com o surgimento do kontakion, um sermão longo e metricamente elaborado, que encontra seu ponto alto no trabalho de Romano, o Melodista (século VI). Heirmoi em estilo silábico estão reunidas no Heirmologion, um grosso volume que apareceu pela primeira vez no meio do século X e contém mais de mil modelos de troparia arranjados em um oktoechos (o sistema musical de oito modos).
Um geógrafo persa do século IX (Ibn Khordadbeh) identificou o uso de urghun (órgão), shilyani (provavelmente um tipo de harpa ou lira) salandj e o lyra curvado (lira), um instrumento similar ao rebab árabe. Um exemplo característico são as contas de órgãos pneumáticos, cuja construção foi mais avançada no império oriental antes de seu desenvolvimento no Ocidente após o Renascimento.
A dança em Bizâncio
As danças aprovadas pela Igreja eram danças de grupo, normalmente procissões ou círculos em que os homens, separados das mulheres, realizavam solenes movimentos decoros no temor a Deus. Havia dança de mulheres na Páscoa, danças noturnas satíricas disfarçadas nas Calendas e danças para bandas itinerantes de jovens na Roussalia. Havia certamente danças em casamentos, tabernas e nos banquetes assim como houve espetáculos de danças encenadas no teatro. Em Constantinopla, eventos importantes foram comemorados com grandes bailes públicos.
Embora haja pouca informação sobre a dança bizantina, sabe-se que muitas vezes ela era entrelaçada. O líder da dança foi chamado dekoryphaios (κορυφαίος) ou chorolektes (χορολέκτης) e foi ele quem começou a música e se certificou de que o círculo foi mantido.
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