A INGENUIDADE DO ARTISTA
É a arte da espontaniedade, da criatividade autêntica, do fazer artístico sem escola nem orientação, portanto é instintiva e onde o artista expande seu universo particular. Claro que, como numa arte mais intelectualizada, existem os realmente marcantes e outros nem tanto.
Art naïf (arte ingênua) é o estilo a que pertence a pintura de artistas sem formação sistemática. Trata-se de um tipo de expressão que não se enquadra nos moldes acadêmicos, nem nas tendências modernistas, nem tampouco no conceito de arte popular.
O artista naïf não se preocupa em preservar as proporções naturais nem os dados anatômicos corretos das figuras que representa.
Características gerais:
· Composição plana, bidimensional, tende à simetria e a linha é sempre figurativa
· Não existe perspectiva geométrica linear.
· Pinceladas contidas com muitas cores.
A pintura naïf se caracteriza pela ausência das técnicas usuais de representação (uso científico da perspectiva, formas convencionais de composição e de utilização das cores) e pela visão ingênua do mundo. As cores brilhantes e alegres - fora dos padrões usuais -, a simplificação dos elementos decorativos, o gosto pela descrição minuciosa, a visão idealizada da natureza e a presença de elementos do universo onírico são alguns dos traços considerados típicos dessa modalidade artística.
Principal Artista:
Henri Rousseau (1844-1910), homem de pouca instrução geral e quase nenhuma formação em pintura. Em sua primeira exposição foi acusado pela crítica de ignorar regras elementares de desenho, composição e perspectiva, e de empregar as cores de modo arbitrário. Estreou com uma original obra-prima, "Um dia de carnaval", no Salão dos Independentes. Criou exóticas paisagens de selva que lembram tramas de sonho e parecem motivadas pelos sentimentos mais puros. Nos primeiros anos do século XX, após despertar a admiração de Alfred Jarry, Guillaume Apollinaire, Pablo Picasso, Robert Delaunay e outros intelectuais e artistas, seu trabalho foi reconhecido em Paris e posteriormente influenciou o surrealismo.
Soluções da arte naïf são incorporadas a diversas tendências da arte moderna, seja pelo simbolismo (em busca da essência mística das cores), seja pelo pós-impressionismo de Paul Gauguin, que vai para o Taiti em 1891, e faz pesquisas em direção à cultura plástica das chamadas sociedades primitivas, o que se revela no uso de cores vibrantes e na simplificação do desenho como em Ta Ma Tete - Mulheres Taitianas Sentadas num Banco, 1892, e Te Tamari no Atua - Natividade, 1896. Os trabalhos realizados sob a égide do Blauer Reiter (O Cavaleiro Azul) - grupo do qual participam August Macke (1887 - 1914) e Paul Klee (1879 - 1940) - e a obra de Wassili Kandinsky (1866 - 1944), em defesa da orientação espiritual da arte, também se beneficiam de sugestões da arte naïf. Se em sua origem essa modalidade é definida como aquela realizada por amadores ou autodidatas, o processo de reconhecimento e legitimação obtidos nos circuitos artísticos leva a que muitos pintores, com formação erudita, façam uso de procedimentos caros aos naïfs. Além disso, a arte naïf desenha um circuito próprio e conta com museus e galerias especializados em todo o mundo. No Brasil, especificamente, uma série de artistas aparece diretamente ligada à pintura naïf, como Cardosinho (1861 - 1947), Luís Soares (1875 - 1948), Heitor dos Prazeres (1898 - 1966), José Antônio da Silva (1909 - 1996) e muitos outros. Entre eles, ganham maior notoriedade: Chico da Silva (1910 - 1985) - menção honrosa na 33a Bienal de Veneza - e Djanira (1914 - 1979). Aluna do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, Djanira completa sua formação com aulas de Emeric Marcier (1916 - 1990) e Milton Dacosta (1915 - 1988), seus hóspedes na Pensão Mauá, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Nos anos 1950, ela é artista consagrada e uma das lideranças do Salão Preto e Branco. A arte popular do Nordeste brasileiro - as xilogravuras que acompanham a literatura de cordel e as esculturas de Mestre Vitalino (1909 - 1963) - figura em algumas fontes como exemplos da arte naïf nacional.
1 comentários:
Achei super interessante a ARTE NAIF, porque não é necessário técnicas ou cursos para aprender a faze-la. Amei esse jeito ingenuo de pintar o mundo. Muito gostoso de fazer. E também aprendi a diferença entre uma pintura infantil e a arte NAIF, pois as crianças pintam o que vem na cabeça e no NAIF os artistas já tem um propósito. Sem falar que é muito lindo gente, coloridissimo! Lembra aqueles desenhos da TV CULTURA. Amei professora!
Samuel Calado, 2ºA
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