IMPRESSIONISMO
O SOL NAS CORES
Pode-se dizer que o Impressionismo foi uma tendência da arte,
principalmente francesa, que dominou o fim do século passado. Investido
de um realismo mais objetivo, foi uma reação ao romantismo da época. De
certa forma, preparou o caminho para futuras manifestações artísticas.
Revelou nomes importantes como Manet, Monet, Renoir, Pissarro, Sisley, Edgar Degas, Boudin, Cézanne, Lautrec, Gauguin, Van Gogh, que foi um artista que transitou do impressionismo ao pós - impressionismo e expressionismo e outros, na área da pintura.
Os
contatos entre o público e os pintores davam-se através dos Salons – o
Salão dos Recusados foi muito utilizado para mostras coletivas dos
impressionistas, e nele foi exposta a tela de Édouard Manet, o célebre O Almoço Campestre,
que a muitos chocou e provocou aplausos de outros tantos. Para Manet,
os objetos tinham somente valor pictórico. Depois de 1870, ele adota
cores claras. Este artista pode ser considerado um precursor do
Impressionismo, ao lado de Jongkind e Boudin.
O termo ‘Impressionismo’ foi criado por um crítico de arte, pelo pintor e escritor Louis Leroy, em 1874, ao comentar o quadro Impressão: Nascer do Sol, de Claude Monet. Definir este movimento não é fácil, mas o artista Eugéne Boudin o resumiu como um movimento que leva a pintura à pesquisa da luz total do espaço exterior.
Almoço campestre - Edouard Manet |
Nascer do sol - Claude Monet |
O mais importante para
os impressionistas são os efeitos visuais, a impressão imediata da
imagem, a fixação desse instante único, pois o momento seguinte será
certamente diferente. O prazer de pintar ao ar livre pode ser explicado
pela importância dada ao fenômeno da luz. Os adeptos desta escola usavam
cores vivas e puras, justapondo-as nas telas, visando obter os
meios-tons desejados, dando sempre a impressão de captar a luz refletida
em superfícies naturais. As formas desaparecem, não mais se percebem os
contornos, permanecendo no quadro apenas borrões de tinta.
Noite Estrelada - Van Gogh
|
The Seine At Asnieres, Renoir
|
Paul
Cézanne expôs em 1874, na 1ª Mostra Impressionista, nas não pode ser
considerado um típico adepto deste movimento. Suas obras-primas são as
naturezas-mortas. Ele procurou fazer do Impressionismo, porém, algo
sólido e duradouro, ao agregar em torno de si um importante grupo de
artistas, os quais se tornariam famosos impressionistas. É também
considerado um dos precursores do Cubismo.
O
Impressionismo manifestou-se, além da pintura, igualmente na música
puramente auditiva de Debussy, Ravel, entre outros; e na literatura,
através de escritores da estirpe de Marcel Proust, Graça Aranha, Raul
Pompéia, etc.
Na
oitava e última exposição impressionista, os pintores Signac e Seurat
apontam o caminho nascente do Neo-Impressionismo, e Gauguin e Vincent
Van Gogh contribuem para o surgimento da chamada Arte Moderna,
juntamente com Cézanne. Mas as obras produzidas pelos impressionistas se
imortalizaram, e são até hoje preciosas pérolas na História da Arte.
Características do impressionismo nas artes plásticas:
- Ênfase nos temas da natureza, principalmente de paisagens;
- Uso de técnicas de pintura que valorização a ação da luz natural;
- Valorização da decomposição das cores;
- Pinceladas soltas buscando os movimentos da cena retratada;
- Uso de efeitos de sombras coloridas e luminosas.
Características do impressionismo na música:
- Composições que buscam retratar imagens;
- Títulos de peças que remetem a paisagens naturais;
- Melodias sensuais e etéreas.
Claude Debussy: Prelúdio à Tarde de um Fauno
Impressionismo no Brasil
No início do século XX, Eliseu Visconti foi sem dúvida o artista que melhor representou os postulados impressionistas no Brasil. Sobre o impressionismo de Visconti, diz Flávio de Aquino: "Visconti é, para nós, o precursor da arte dos nossos dias, o nosso mais legítimo representante de uma das mais importantes etapas da pintura contemporânea: o impressionismo. Trouxe-o da França ainda quente das discussões, vivo; transformou-o, ante o motivo brasileiro, perante a cor e a atmosfera luminosa do nosso País".O Impressionismo surgiria apenas tardia e precáriamente nas obras de alguns artistas.
No Brasil, ecos do impressionismo podem ser encontrados nas obras de Arthur Timótheo da Costa (1882 - 1922), Belmiro de Almeida (1858 - 1935), Almeida Júnior (1850 - 1899), Castagneto (1851 - 1900), Eliseu Visconti (1866 - 1944) eAntônio Parreiras (1860 - 1937) Henrique Campos Cavelleiro (1892-1975) Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970 ). entre outros. O clareamento da paleta, a atenção aos efeitos produzidos pelas diferentes atmosferas luminosas, a incorporação de temas simples e afastados da eloqüência acadêmica, o uso de pinceladas fragmentadas e descontínuas são incorporados aos poucos pelos artistas brasileiros. No entanto, o acanhamento do ambiente artístico, a resistência do público e das instituições às novas tendências estéticas e as limitações impostas pela Academia Imperial de Belas Artes - Aiba - no ensino por ela ministrado e nas orientações que imprime ao estudo de brasileiros no exterior - dificultam um diálogo mais fecundo entre as investigações introduzidas pelos impressionistas e a arte realizada pelos pintores nacionais, que muitas vezes não vão além de uma incorporação superficial das técnicas impressionistas, adaptando-as a um olhar ainda comprometido com os padrões acadêmicos.